Hermann Zapf é um dos maiores tipógrafos do século XX. Nasceu em Nuremberg em 1918, já no final da Primeira Guerra Mundial. Em 1934, aos 16 anos, saiu em busca de emprego como litógrafo. Essa era a indicação dos seus professores. Encontrou seu primeiro emprego/estágio, como retocador de fotografias. Acabou tendo seu trabalho reconhecido e passou a trabalhar como retocador de letras. Quatro anos depois foi para Frankfurt onde passou a trabalhar em uma empresa que imprimia partituras, local onde começou a aprender tipografia. Naquela época Zapf já desenhava tipos para produção em chumbo. Mas praticamente tudo viria a se perder nos bombardeios na Segunda Guerra. Em 1938 Zapf trabalhava desenhando famílias para a Stempel e para a Linotype.
Em 1939 entrou para o serviço militar compulsório. Como era uma decepção de arma na mão, foi dispensado, sendo convocado novamente em 1942. Nova decepção. Acabou sendo enviado para o serviço burocrático onde atuou como cartógrafo. Sua extrema habilidade o ajudou a escapar do campo de batalha. Em 1946 começou a ensinar lettering em Nuremberg. Em 1947 foi convidado pela Stempel para ser diretor de arte da gráfica. Em 1948 nasce a Palatino. Desde então, Zapf produziu projetos tipográficos excepcionais. Suas fontes favoritas são são Optima, Palatino (talvez a mais copiada até hoje) e Melior. Em minha opinião, uma de suas obras primas é a Zapfino. Uma caligráfica de qualidade excepcional.
Além dessas já citadas, Zapf ainda é ‘o pai’ das fontes listadas abaixo:
Palatino (1948)
Sistina (1950)
Melior (1952)
Saphir (1953)
Aldus (1954)
Kompakt (1954)
Optima (1958)
Venture (1969)
Medici Script (1971)
Orion (1974)
Comenius Antiqua BQ (1976)
Marconi (1976)
Noris Script (1976)
Zapf Book (1976)
Zapf International (1976)
Edison (1978)
Zapf Dingbats (1978)
Zapf Chancery (1979)
Vario (1982)
Aurelia (1983)
Zapf Renaissance Antiqua (1984–1987)
Zapfino (1998)
Optima nova (2002)
Zapf Essentials (2002)
Zapfino Extra (2003)
Aldus Nova (2005)
Palatino nova (2005)
Palatino Sans (2006)
Virtuosa Classic (2009)
Em 2005 a Editora Rosari lançou Histórias de alfabetos: A autobiografia e a tipografia de Hermann Zapf.
“Hermann Zapf tem uma longa vida profissional que começa na década de 1940. Sua formação e sua sensibilidade permitiram-lhe atravessar seis décadas na vanguarda tipográfica, desenhando tipos para todos os sistemas: metal, fotocomposição e digital. Duas de suas mais conhecidas criações são a Palatino e a Optima. A Zapfino, sua fonte mais recente, permite a emulação de textos manuscritos com maestria, utilizando os mais avançados recursos da tipografia digital. Nessa autobiografia podemos acompanhar a trajetória de Zapf e conhecer suas criações caligráficas e tipográficas, em um relato apaixonante, que é um retrato importante dos fatos ocorridos na conturbada década de 1940.”
Em 1998 a Linotype produziu o vídeo abaixo para distribuição com a versão em CD da Zapfino. Não é um vídeo com qualidade mas ainda assim é impressionante ver o cara trabalhando.
Zapf morreu em 2015 e deixou um legado impressionante.
Esse post foi publicado no meu antigo blog pensandodesign.blog.br